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terça-feira, 17 de novembro de 2015

A MULHER MODERNA É LIBERADA E MAIS EXIGENTE


                 Depois que surgiu a pílula anticoncepcional as mulheres deixaram para traz milenares conceitos e preconceitos. Seus últimos receios caíram por terra e finalmente se libertaram dos caprichos e das regalias dos homens. Aos poucos foram conquistando uma liberdade cada vez  maior e hoje exigem mais e melhor amor porque já não são escravas submissas. 
               Mesmo passado tanto tempo do advento da pílula, muitos homens ainda estão assustados com esta nova mulher. Elas estão expondo à luz suas vontades e desejos que antes eram reprimidos e guardados apenas para si. Mas, por outro lado, os homens descobriram uma nova mulher;  que elas são mais ardentes que eles e, quando estimuladas, transformam-se em verdadeiros furacões do amor. A agressividade das mulheres  é um fato novo ao qual os homens ainda não se habituaram. De eternas conquistadas, elas passaram a conquistadoras e sempre dizendo o que realmente querem. No passado, tais mulheres constituíam uma exceção e quase uma anormalidade; hoje, ao se igualarem aos homens no jogo do amor, elas adquiriram nova personalidade e, ao mesmo tempo, um novo encanto. Não são mais passivas, mas não deixaram de ser delicadas, suaves e belas. 
                 O sexo é um instinto. Uma pessoa indiferente a esse instinto deve ter razões importantes para isso. Uma das razões certamente é a velada guerra que continua existindo entre o homem e a mulher.  As tenções da vida diária provocam um estado de irritação quase permanente, e essa irritação acaba sendo despejada no parceiro ou parceira do casamento, influindo assim, desastrosamente, nas relações sexuais de ambos. 
               A ambição pelo poder do dinheiro e do prestígio social são sucedâneos do instinto sexual. Vemos cada vez mais a sexualização do dinheiro, ou seja, o dinheiro considerado como uma conquista sexual.  A razão desse fenômeno é que o homem joga com mais segurança na busca do dinheiro e, em si, o dinheiro é mais fiel que a mulher, pois ele o usa como bem quiser. Pela mesma razão podemos perceber que esses homens preferem o amor das prostitutas, porque com elas o jogo é mais seguro. As esposas exigem cada vez mais e assim torna-se cada dia mais difícil satisfazê-las. Temos como exemplo o homem que chega em casa extenuado do trabalho e só pensa em descansar; ele não gostará de ser submetido a um duro teste para provar seu amor e sua sexualidade. No fundo, a maioria dos homens detestam e procuram evitar as mulheres que exigem sexo constantemente. Talvez isso ocorra pelas mesmas razões que fizeram as mulheres, desde a ancestralidade, sempre submissas às vontades dos homens. Entretanto é importante observar que existe uma substancial diferença entre desejar e exigir sexo. Quando a mulher apenas deseja, pode tornar-se uma ótima companheira para o amor, mas a coisa muda de figura quando ela passa a exigir.
                Sexo é um instinto cujo elemento básico é a busca do prazer. Ninguém sai por aí fazendo sexo para ter filhos. Um homem, mesmo forçado a ter relações frequentes com uma mulher, pode sentir prazer, mas nunca será "aquele prazer" e, com o tempo, começará a odiar e evitar aquela mulher. É bem verdade que um homem com vida sexual intensa geralmente é mais potente, mas a constante exigência torna a relação muito artificial e nada tem a ver com desejo. 
              Muitos homens parece que estão indiferentes ao sexo. Há uma certa falta de sentimentos. Há homens incapazes de sentir desejo, paixão ou prazer; vivem apenas para o sucesso profissional e completamente indiferentes em matéria de sexo. Por outro lado, muitas mulheres desejam obter o prazer sexual com a mesma facilidade e presteza com que fazem compras no shopping; procuram uma completa satisfação sem terem o cuidado de se prepararem emocionalmente para o ato em si; essas mulheres costumam dar, cada vez mais, maior importância ao assunto, falando sempre em felicidade e amor, mas os homens não estão conseguindo entender bem este novo jogo e ficam perplexos e confusos. 
               Uma vida sexual satisfatória depende basicamente da capacidade de um dos parceiros expandir-se sexualmente em toda a sua plenitude e imaginação. Mas sem confiança mútua isso torna-se impossível. 
               No momento do ato amoroso, geralmente o marido teme comunicar a sua imaginação à mulher, pressupondo que vai chocá-la, magoá-la ou ofendê-la; limita-se então a fazer apenas aquilo que ele imagina que ela espera dele. Esta falta de diálogo sincero acaba prejudicando o relacionamento e quando o homem deseja sentir um verdadeiro prazer, termina por procurar outra mulher, que o anima a libertar-se de seus complexos e a fazer funcionar a imaginação sexual que o tortura.  Aqui entramos num campo muito diversificado, pois há imaginações diferentes em cada pessoa. Mas a verdade é que os instintos não são antinaturais, pelo contrário, são necessários a uma vida sexual satisfatória e sadia. 
              Sempre se disse que o casamento é uma instituição fadada ao fracasso e que brevemente as pessoas não mais passarão pelo cartório ou pela igreja. Até certo ponto é verdade, pois o que vemos hoje é um número crescente de uniões sem qualquer tipo de compromisso moral ou econômico. Isto, porém, não quer dizer que os homens não confiam mais nas mulheres. É que muitos homens e também mulheres, não querem mais ter a sensação de estarem presos a determinada pessoa. Em muitos casos é devido à experiências anteriores que não desejam repetir. Um dos fatores que mais tem contribuído para esse novo modelo de casamento é a severidade das leis do divórcio. O homem não se conforma quando pensa que terá de sustentar uma mulher que não é mais dele e que nada mais significa em sua vida.  
                Quando há um rompimento e surge algum litígio é natural que busquem a solução na justiça. De modo geral os tribunais querem sempre castigar o homem cujo casamento fracassou e sua pena é pagar. As leis ainda se baseiam no falso mito do "sexo frágil" que acabam sempre favorecendo a mulher. Embora muitas não concordem, não se pode negar que é uma contradição; ora, as mulheres lutam pela igualdade de direitos, mas na hora de obter o divórcio transformam-se em seres desiguais, fracos, medrosos, que necessitam de apoio. Tal atitude  não é apenas hipócrita, mas também inconsequente. No passado, não muito remoto, esta inconsequência era um dos charmes femininos porque as leis não eram tão parciais. Hoje, o homem teme, com certa razão, que a mulher use o sexo apenas para ter direito ao seu dinheiro e garantias futuras.  Esta questão é muito complexa e pode levar o homem não apenas à indiferença, mas à própria impotência diante daquela mulher. 
              O casamento perde o sentido quando o casal não deseja ter filhos; se não terão filhos, para que casar?  O melhor é apenas viver juntos. O movimento hippie pode ser considerado o início desta tendência. Ele tem uma significação mais profunda, pois baseia-se na sua revolta contra a hipocrisia. 
                Com erros e acertos, a verdade é que homens e mulheres, casados ou não, sempre estarão juntos. O importante é encontrar o caminho que possa formatar um relacionamento prazeroso. E este caminho passa necessariamente pelo diálogo franco, pela fidelidade, pela compreensão e pela tolerância que molda a convivência no dia a dia de um casal. 
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Nicéas Romeo Zanchett 
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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

MITOS TABUS E SUPERSTIÇÕES SEXUAIS


               Mesmo com todo o avanço da ciência, da medicina moderna e do desenvolvimento cultural disseminado através dos mais diversos meios de comunicação, muitos mitos tabus e superstições persistem. E não raras vezes eles produzem resultados extremamente prejudiciais aos seres humanos. 
              Os tabus (palavra de origem polinésia) são objetos, coisas, maneiras de falar, atos julgados perigosos em si mesmos que precisam ser evitados para que as pessoas não sejam castigadas ou prejudicadas. Trata-se de proibições que não são impostas por leis ou sanções religiosas, mas que são passadas de pais para filhos e se incorporam à vida das pessoas. 
                Mesmo nas sociedades mais avançadas, os tabus exercem poderosas funções sociais. São uma espécie de freios para práticas socialmente não desejadas, paradigmas de comportamento. 
                Há uma ignorância generalizada em assuntos que há muito tempo já foram esclarecidos  pelos cientistas. A própria sexologia, em muitos lugares,   sofre proibição ou tabu cultural. Ainda hoje, em muitas escolas brasileiras a educação sexual é tratada como um tabu e os professores de biologia são impedidos até de falar sobre reprodução humana. Isto é lamentável porque as crianças são obrigadas a buscar o aprendizado na rua com colegas, na internet ou com desconhecidos que também não informam com seriedade. Muitos vão à procura de publicações que nem sempre são orientadoras. Geralmente nestas publicações o sexo é tratado de forma burlesca e popular com o único objetivo de obter algum lucro. É, pois, necessário e urgente ministrar boa instrução sexual de forma direta em nossas escolas. Os pais costumam deixar tudo para os professores e isso só agrava a situação. Essa instrução deve sempre se pautar pela idade dos alunos e portanto manter os limites possíveis de entendimento deles. Não menos importante, para alunos que já atingiram a adolescência, é extremamente necessário a educação matrimonial sem nenhum preconceito. 
               Quando ouvimos alguns jovens falando sobre sexo é possível constatar claramente sua ignorância sobre o tema. Os rapazes, principalmente, se acham verdadeiros doutores na arte sexual, mas suas informações, na realidade, são muito limitadas. 

Desenho de Romeo Zanchett 
               No Brasil e em mutos outros países há profundos estudos sobre as transformações dos costumes. Trata-se de um processo sociológico de longa data que hoje, pela facilidade dos meios de comunicação, torna-se cada vez mais veloz. 
                A televisão, a internet e o cinema moderno, com suas chanchadas pornográficas ou semi-pornográficas, vem alterando radicalmente o comportamento sexual das novas gerações. No entanto, a educação sexual de qualidade é coisa rara. Os tabus continuam impedindo que esta se faça presente nos currículos escolares. 
               Ao que parece, os tabus sexuais da nossa civilização ocidental remontam aos tempos de "Adão e Eva". Explica-se que Adão comeu o fruto proibido de certa árvore do paraíso, mas não se explica o porque da proibição e o aprendiz tem que deduzir por sua própria imaginação o conceito. A metáfora da árvore proibida, de que fala a bíblia, é apenas o símbolo de um tabu milenar.
              A força que tem os tabus foi profundamente analisada pelo cientista Frazer, nos costumes de diversas sociedades ao redor do mundo. Verificou ele que no Congo, quando o chefe dos sacerdotes ia viajar para distribuir justiça (lá o sacerdote era também o juiz), todas as pessoas casadas deviam se abster de relações sexuais, pois caso contrário o sacerdote sofreria algum desastre... Este é um perfeito exemplo  de como a religiosidade sempre interferiu na vida sexual das pessoas criando tabus absurdos. Na Birmânia, a mulher que preparava levedura para a cerveja deveria manter-se casta, porque caso contrário, a cerveja seria muito amarga. Também os caçadores e pescadores deveriam se abster de relações sexuais antes de empreender suas expedições. Em Roma a proibição dos casamentos entre pessoas aparentadas foi decorrente do tabu de que o incesto provocava carestias, deformações e doenças... Ainda hoje, muitos destes tabus continuam exercendo forte influência sobre muitas pessoas. 
                 Sabemos que os tabus sexuais originaram-se paralelamente aos tabus  e ritos místicos-religiosos. Por isso, em muitas sociedades (as anti-sexuais), sexo passou a ser sinônimo de "pecado", pouca vergonha, imundice; Houve tempo, no Ocidente, em que as meninas e os meninos eram educados para verem com horror os seus próprios órgãos sexuais. As classes esclarecidas, mesmo hoje em dia, desconhecem isso e, como consequência, a educação continua falha, incompleta, ou inexistente. 
                  A nossa sociedade continua criando mitos e tabus que dificultam e até prejudicam o relacionamento afetivo e sexual entre as pessoas. Essas inverdades conseguem criar enorme sofrimento, principalmente entre jovens. 
Desenho de Romeo Zanchett 
Veja abaixo os absurdos criados pela crendice popular. 
                  1 - Que sexualmente o homem é sempre ativo e a mulher é passiva.
                  2 - Que a masturbação pode deformar os genitais e prejudicar a saúde; que é uma prática masculina e poucas são as mulheres que se masturbam, e estas sempre se sentem culpadas; que quem se masturba perde a energia de que precisará no futuro. 
                  3 - Que depois de casado o homem deixa de se masturbar. 
                  4 - Que o homem que faz sexo oral na mulher tem tendências homossexuais. 
                  5 - Que o homem é o responsável pelo orgasmo da mulher. 
                  6 - Que quanto maior a frequência sexual, maior será o desgaste físico e psicológico;
                  7 - Que todas as pessoas ou são totalmente heterossexuais ou totalmente homossexuais. 
                  8 - Que os homossexuais são diferentes e não será possível sua integração na sociedade. 
                  9 - Que quando um homem sente prazer com carícias em seus mamilos ou em suas nádegas é porque reprimiu seu desejo homossexual. 
                10 - Que o homem deve sempre estar disposto à prática sexual; que uma ereção indica a necessidade de relações sexuais imediatas; que todo o contato físico deve necessariamente terminar numa relação sexual. 
                11 - Que o tamanho do pênis é que determina o maior ou menor prazer da mulher. 
                12 - Que as emissões de sêmen durante o sono são sintomas de distúrbios sexuais. 
                13 - Que uma atuação desportiva é prejudicada pela relação sexual ocorrida na noite anterior. 
                14 - Que um verdadeiro macho não falha nunca; que só a mulher deve sentar-se para usar o vaso sanitário na hora de urinar. 
                15 - Que um homem nunca deve expressar seus sentimentos. 
                16 - que pessoas de raça negra tem maior impulso sexual que os de raças brancas. 
                17 - Que o álcool é um estimulante sexual. Esta questão é bem mais complexa, porque depende da quantidade e do estado de saúde do indivíduo. O álcool, consumido até certa quantidade é um desinibidor e por isso se criou esse tabu.
                18 - Que a vasectomia é como uma castração que diminui ou acaba completamente com o impulso sexual. 
                19 - Que a mulher só deve transar por amor. 
                20 - Que só as mulheres jovens se masturbam, e que agindo assim não conseguirão gozar numa relação sexual com um parceiro.
                21 - que o orgasmo da mulher deve sempre ser simultâneo ao do homem que a está penetrando. 
                22 - Que cabe à mulher o dever de entregar-se ao homem para satisfazer seu desejo sempre que ele quiser; que ela nunca deve ter a iniciativa para o ato sexual. 
                23 - Que a mulher não deve falar das suas preferências sexuais para não magoar seu parceiro. 
                24 - Que a única forma da mulher chegar ao orgasmo deve ser através da penetração masculina, porque essa é a forma correta.
                25 - Que a mulher não deve ter relações sexuais durante a menstruação; que a relação sexual durante este período traz riscos de infecção para ela. 
                26 - Que a mulher deve dar por finalizado o ato sexual tão logo o homem tenha ejaculado. 
                27 - Que a menopausa assinala o fim da vida sexual da mulher. 
                28 - Que a mulher não deve participar de nenhuma atividade sexual em que a vagina não seja diretamente estimulada.
                29 - Que o hímen é a prova da virgindade; que a virgindade é como se fosse um tesouro da mulher. 
                30 - Que as mulheres não sentem desejo sexual durante a gestação. 
                31 - Que a mulher tem menos necessidade de sexo do que o homem. Que nela o gozo é mais espiritual do que corporal. 
                32 - Que existem mulheres frígidas e que estas jamais conseguirão chegar ao orgasmo. 
                Como podemos observar, as mulheres são as maiores vítimas dos tabus, superstições e preconceitos. Somente com uma educação sexual séria poderemos orientar não apenas aos jovens, mas a todas as pessoas. Muitos não foram educados ou foram de forma errada. 
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Nicéas Romeo Zanchett 

domingo, 8 de novembro de 2015

LESBIANISMO PODE SER POR AMOR

Pintura de Romeo Zanchett 
Se a atração por outra mulher existe, é verdadeira, não há razão para reprimi-la.

                  Os sexos contém muitos mistérios que ainda desconhecemos. São detentores do segredo da vida, capazes de criar um novo ser. Por outro lado, a fantasia sexual tem poder ilimitado na mente humana. 
                  Durante milênios, a vida transcorreu da mesma maneira para as mulheres: retraídas, guardadas, ignorantes sobre seu próprio corpo e vivendo em função dos homens. Desde a Grécia antiga, quando os homens refletiam sobre seu amor pelos belos rapazes de Atenas que o amor entre mulheres tem sido motivo de discussão e controvérsia. A homossexualidade feminina não é invenção da modernidade de nossos dias. Investigando a história podemos constatar que ela também remonta os idos da Grécia antiga. Também os afrescos das "Três Graças" de Pompéia podem exemplificar  muito bem a relação amorosa entre elas. 

Desenho de Romeo Zanchett 
               Uma das mais antigas referências  ao lesbianismo vem do século VII antes de Cristo.  A lenda conta que a poetisa Safo vivia na ilha grega de Lesbos cercada de belas ninfetas que entre si se satisfaziam sexualmente. Em Lesbos havia pouquíssimos homens que eram utilizados apenas para serviços pesados e a procriação para preservação da espécie. (Se quiser conhecer mais sobre esta história leia em LESBOS - A ILHA DO AMOR E PRAZER   -
               O maior medo de muitos homens é que sua mulher o traia com outra. As mulheres realmente se libertaram enquanto os homens permanecem presos a velhas posturas de relacionamento. A bissexualidade feminina é a alternativa que elas tem para superar o atraso mental e machista de seus parceiros. 
                A maioria das mulheres chamadas de lésbicas transam ou já transaram com homens. Sua opção por outra mulher pode ser por amor e o amor sempre deve ser respeitado. Não são poucas as noivas que deixam os futuros maridos esperando no altar e vão ser felizes nos braços de outra mulher. 
Escultura de Romeo Zanchett 
                 O fato de uma mulher gostar de outra não a coloca, de maneira alguma, contra os homens, o que ela busca pode ser o prazer complementar de que precisa e não está tendo com seu parceiro.
                  Uma mulher percebe imediatamente, pelo simples olhar, quando está sendo desejada por outra. Ela entende com mais facilidade o que a outra sente, sabe melhor do que a outra gosta, sente sua sexualidade mesmo fora da cama e isto põe os homens em absoluta desvantagem. Muitos homens vão para uma relação apenas para gozar e terminado o ato saem correndo para o banheiro,  como se sentissem sujos. Isto causa uma enorme decepção para as mulheres. Afinal elas os recebem dentro do seu corpo, onde eles deixam seu produto ejaculado.
Pintura de Romeo Zanchett 
                 Muitas mulheres ficam com seus homens por acomodação, por questões financeiras e pela falta de opção.  Há casos em que mantém oficialmente o casamento e vão suprir suas carências de afeto com as amigas. 
                 Precisamos deixar de olhar o relacionamento entre duas mulheres apenas pelo prisma gay. Aquela história, pré-concebida,  que os homens tem sobre o relacionamento entre duas mulheres de que uma é sapatão, assumindo o papel do macho, e a outra é a gatinha manhosa e submissa é caso raro em nossos dias. É bem verdade que muitas mulheres se apaixonam pela companheira e aí, por ciúme ou por medo da competição masculina, caem no erro de tentar fazer o papel de homens. Isto é um erro que pode até acabar com um bonito relacionamento pois ela está ali justamente por ser mulher. 
                A mulher moderna está cada dia mais exigente, quer carinho, orgasmos múltiplos e entrega total. Portanto, já vai longe o tempo em que os homens podiam confiar a fidelidade de suas companheiras apenas no prazer que seu "grande o grosso" pênis pode proporcionar. 
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Nicéas Romeo Zanchett 



segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A ROTINA NO AMOR SEXUAL - Nicéas

escultura Romeo Zanchett 
                  Os recem casados  praticam o ato sexual em vários cômodos da casa e nas mais diversas posições.  À medida que a estruturação de sua vida evolui, a integração à sociedade se dá através  das pessoas que vem visitá-los, dos filhos que chegam, dos amigos profissionais, da necessidade e presença constante de empregada doméstica, etc. Gradativamente o casal vai sendo confinado no quarto, restringe as relações  sexuais ao período da noite e diminui a sua frequência. 
                  A evolução da paixão para um amor maduro não precisa esfriar e relação conjugal. A monogamia pode ser deliciosa se o casal estiver disposto em aumentar a intimidade. Basta soltar a imaginação e deixar de lado os preconceitos para que o sexo seja sempre uma emoção nova e maravilhosa. Mas, geralmente os casais se deixam dominar pela monotonia, por falta de informação e até por ignorância. 
                  Existe um meio termo entre a paixão arrebatadora e o marasmo conjugal. Descobrir este ponto depende dos dois. 

escultura Romeo Zanchett 
                 Tradicionalmente a cama é o templo do amor sexual do casal. O melhor horário é uma questão que varia de casal para casal. 
                  Além do horário para o amor (geralmente à noite), existe a mais comum das posições que é o chamado papai-mamãe, além da frequência para o amor que também é um fator de afastamento.
                  Estas questões podem variar dependendo da cultura e crença de cada povo, como nos mostra a história. Entre os povos indígenas da tribo Masai do Canadá, crê-se que copulando durante o dia, o sangue do homem flui para o corpo da mulher, restando apenas água nas veias. Já outros povos não admitem relações sexuais à noite, pois acreditam que uma criança concebida no escuro pode nascer cega. Pode ser inacreditável, mas essas crenças absurdas existem e geralmente foram criadas pelas religiões.
                  Embora o isolamento seja uma carência de todos os que querem fazer amor, o costume de se fecharem  entre quatro paredes não é universal. Os polinésios e os índios brasileiros gostam de se encontrar no meio da mata, mesmo que outros assistam seu encontro sexual. Os gregos possuíam dois espaços: um para o ato sexual e outro para o repouso. Mais ou menos o que fazem  os que adotam camas separadas; o casal tem relação em uma delas e depois cada um vai dormir na sua cama.Não há dúvida de que é muito bom para o repouso, mas, por outro lado, proporciona uma separação que pode tornar-se definitiva. 
                  
escultura Romeo Zanchett 
                A cama moderna é fruto de uma evolução. O chamado leito conjugal, entretanto, veio unir as duas atividades que o homem e a mulher do nosso tempo foram aos poucos confinando aos horários noturnos. Mas ao invés de continuar sua evolução, este móvel corre o risco de se tornar um fator limitante e deserotizante na vida dentro do lar, acabando por ruir o próprio casamento. Para que a tesão não esmoreça é necessário permanente renovação, tanto nos locais como nas posições amorosas. Assim como a atividade sexual é realizada por muitos com um excesso de formalidade, poucos são os que assumem o erotismo e o trazem para o quotidiano.  Enquanto a ideia de uma cama especial - com espelhos, vibradores de colchões, brinquedinhos eróticos, som, etc. - numa casa normal é tida como rematada loucura ou tara-sexual; só os excêntricos ousam usufruir desta excitante forma de viver o amor.  Muitas vezes é preciso enriquecer o sexo com um pouco de erotismo e de imaginação. Afinal, uma pitada de ousadia não faz mal a ninguém. Se você gosta de objetos e apetrechos de sex-shops como lingerie sensuais, filmes eróticos, livros e poesias, não restrinja suas fantasias e vá em frente.  Reconhecer onde mora o desejo é uma das portas para o pleno prazer. Mas as mulheres, talvez por uma educação reprimida, ainda tem muitas dificuldades nesse campo. Muitas buscam viver sua sexualidade de forma mais plena, mas não tem chance porque nossa cultura machista as rotula como imitadoras de alguma celebridade e até de prostitutas, identificando-as com alguma mulher mais liberada. O importante é nunca esquecer que a consciência do próprio corpo e do que lhe da prazer passa pelo autoconhecimento. 
Ilustração: Romeo Zanchett
                 Entre quatro paredes nada deve ser proibido. Tudo deve ser permitido sem prévias consultas, sem o aval da censura. De luz acesa ou meia luz, nos vermos nus e nos examinarmos detidamente, curtindo a reação de cada ponto do corpo, da ereção súbita do pênis à elasticidade do clitóris. Ou de luz apagada, para melhor sentirmos o toque, a percepção tátil prazerosa dos carinhos trocados, como os arrepios que percorrem a espinha pelo deslizar de uma língua quente na nuca.  
                Em qualquer posição - de pé, sentados, deitados, recostados, por cima  ou por baixo. O importante é dar vasão aos nossos impulsos na hora que eles surgem como avalanches, aproveitando cada momento e o inusitado de cada situação. 
                Ir a um motel pode ser uma sugestão interessante e útil, principalmente quando o casamento precisa de mais incentivo, mas se o problema for falta de amor nada pode resolver. 
                Se a mulher não exercer plenamente e gostosamente o dia-a-dia do sexo, transforma-o em arma de censura. Ela começa achar que apenas cumpre um dever frente ao seu parceiro. Homem e mulher precisam viver os sentimentos nas suas mais diferentes formas, abandonando o artificialismo do explicado demais.
Nicéas Romeo Zanchett 

AS RELAÇÕES SEXUAIS ENTRE CARDÍACOS


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Cuidado com o uso do Viagra.
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                 Sempre que sentimos uma emoção é natural que o coração bata mais forte. Em face do desejo sexual, durante toda a sequência da excitação, seu ritmo é acelerado. É natural que um coração doente tem uma história diferente da de um coração sadio. Mas sexualmente, a moléstia cardíaca, exceto durante a crise, não deve interferir na vida de ninguém. Um homem cardíaco sendo viril, seria impossível exigir que ele abrisse mão de sua afetividade e sexualidade para ter maior tempo de vida.  Da mesma forma, é inútil tentar fingir que a doença não existe. Apos o ataque cardíaco, o casal deve se dar um tempo até que a vida retorne ao normal, evitando assim que as relações sexuais provoquem palpitações carregadas de culpa. Hoje com o advento das pílulas de virilidade (viagra e outros), os cuidados devem ser redobrados e sempre com acompanhamento médico. Apos contornar o problema, o ritmo da vida anterior deve ser retomado; melhor um cardíaco emocionalmente satisfeito, e consequentemente tranquilo, do que um cidadão casto e enervado.
                  O ato sexual é um bom exercício físico que o cardíaco deve praticar com certa cautela e sem exageros.

                  Um homem, ao chegar à chamada terceira idade, tende a não se conformar com a queda natural de sua potência sexual. Essa potência depende diretamente de um bom coração; sem ele fica difícil a ereção pela dificuldade do fluxo de sangue para o órgão sexual do indivíduo; se o pênis é grande a dificuldade é ainda maior. Ora, se o coração não está irrigando suficientemente o corpo como um todo, é natural que não consiga manter um pênis ereto o tempo suficiente para concluir uma relação sexual. Essa situação leva muitos homens ao desespero e assim eles buscam soluções absurdas para provar que sua masculinidade continua intacta. Isso é de uma infantilidade que beira o ridículo. É preciso saber viver feliz em cada fase da vida; a sexualidade vai acabar algum dia, mas quando há amor fica o carinho, as carícias e tudo mais que dá prazer. No entanto, muitos se desesperam e fazem uso de pílulas para ereção sem orientação médica. É muito comum homens terem ataques cardíacos em motéis onde, para provar sua masculinidade diante uma mulher, geralmente jovem -(muitas vezes de programa), fazem uso exagerado de medicamentos, sem orientação média, e as vezes até chegam a óbito. Esses casos são comuns, mas não são divulgados porque tanto os estabelecimentos como a própria família do homem em questão abafam tudo. 
                    O mais importante é a conscientização dos limites que cada um tem. 
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Nicéas Romeo Zanchett 

GRITOS E SUSSURROS DURANTE O SEXO




                  ORGASMOS
                    Numa relação sexual, gritos e sussurros são manifestação de prazer e acontecem com a maioria das pessoas. É errado imaginar que este tipo de manifestação aconteça apenas entre pessoas de baixo nível. Assim como muitos casais não dispensam um fundo musical a seus encontros amorosos, muitas pessoas precisam criar uma alternativa estereofônica para ter maior prazer ma relação sexual. O próprio ritmo da respiração se incumbe de, durante a excitação, gerar mais excitação no parceiro ou parceira. Os sussurros e suspiros também acontecem naturalmente, sem que provoquem sentimento de culpa ou vergonha. Mas a verbalização do prazer ainda é vista  por muitos preconceituosos como coisa feia, razão pela qual eles acham que deve ser contida. Este absurdo conformismo e pudor, em geral acontece com as mulheres que, via de regra, tiveram uma educação sexual muito reprimida. Os homens que por sua educação machista sempre se viram liberados para fazer sexo, se entregam com mais facilidade à saudável prática de dizerem o que sentem, mesmo com palavrões. Mas a festa erótica deve ser curtida a dois: a mulher também pode e deve extravasar seu prazer dizendo o que sente ou tem vontade de sentir. Num encontro pleno, homem e mulher trocam confidências íntimas, que necessariamente não precisam ser sussurradas; se houver vontade, os gritos também acontecem em alto e bom som. 

                  É bem verdade que muitas mulheres fingem e extravasam gritos e gemidos apenas para apressar o orgasmo do parceiro, mas o homem experiente sabe quando isso está acontecendo. As mulheres maduras tem muito mais capacidade de entregar-se totalmente e nessas condições elas atingem orgasmos múltiplos e satisfatórios; elas gozam e continuam querendo mais. Já as as ninfetas e mulheres jovens, muitas vezes utilizam-se dese artifício na tentativa de enganar, mostrando um prazer que não estão sentindo. Nessa condição é evidente que querem abreviar o ato e livrar-se logo do parceiro. 
                  O importante é a total entrega entre o casal, sem preconceitos ou pudores falsos que só servem para atrapalhar a relação.  
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Nicéas Romeo Zanchett 


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS E SEXUAIS



              Já houve inúmeros períodos da história ocidental em que o sexo era considerado uma manifestação vulgar de instinto e animalidade. 
              A harmonia no relacionamento sexual depende de uma sintonia de emoções e da atração física. Esta área básica na vida do casal está exposta a muitos mal-entendidos originados em situações da vida cotidiana. 
              A ideia de que o papel da mulher no ato sexual não é apenas de participação, mas de participação equivalente à do homem, só começou a ser aceita nos fins dos anos 1920. As pessoas leigas passaram a entender que a mulher é capaz de ter orgasmos da mesma forma que o homem. A partir daí o conceito do papel sexual da mulher vem mudando cada vez mais rapidamente. Entretanto muitas continuam se conformando em deixar para o marido todas as iniciativas no ato sexual. 
              Não são poucas as vezes em que o marido se queixa de que a noiva apaixonada transformou-se numa esposa fria, repelindo-o todas as noites com um "deixe-me em paz, vocês homens não pensam em outra coisa". 
               Os homens tem dificuldades para entender as insatisfações das mulheres. Os motivos delas são vários, mas geralmente são preocupações com os filhos, com os afazeres domésticos e com isso seu desejo sexual fica temporariamente diminuído. Por outro lado, o marido tenso devido às exigências do trabalho, não pode ser o amante ardente dos primeiros tempos de vida conjugal. Portanto nenhum marido ou mulher deve esperar que todo o ato sexual seja perfeito em todas as ocasiões. Qualquer ansiedade, a menor discussão ou uma simples dor de cabeça, podem tornar o marido mais carinhoso num fracasso quase completo. É preciso parar e conversar sinceramente sobre os problemas e juntos buscarem a melhor solução. 
               

               Uma vida sexual harmônica e feliz não é algo com que se nasce. O casal precisa compreender que a perfeição se desenvolve através de uma experiência longa e paciente. É fundamental que exista um diálogo franco entre marido e mulher, pois assim eles acabam por entender cada vez mais suas necessidades mútuas. Por mais apaixonados que estejam, um homem e uma mulher continuam sendo seres humanos de carne e osso, sujeitos a todas as pequenas vulgaridade da vida cotidiana. Para que o amor possa ser vivido e apreciado em seu mais amplo sentido, o corpo deve ser aceito como algo vulnerável e material. Não se pode esperar que ele tenha a "pureza" de um ser sobrenatural. Nada impede de amá-lo com todas as suas limitações, assim mesmo como ele é. 
                É importante compreender que não existe um padrão de comportamento aplicável a todos os casais. Cada um vai determinar exatamente o que lhe trará maior satisfação. São muitos os estudos sobre a frequência do ato sexual no casamento e todos mostram que existe uma grande variação entre os casais, e não há evidências de que o grau de satisfação dependa do número de vezes que se faz amor. O que satisfaz um casal pode não satisfazer outro. Não há índice relativo à frequência sexual no casamento, nem qualquer média que assegure a felicidade de um relacionamento. Como qualquer outra atividade humana, cada indivíduo tem suas preferências pessoais no ato sexual, portanto não há como ensinar regrar e conselhos que sejam universais. 
                 Frequentemente a esposa julga que a "modéstia" não lhe permite assumir uma posição mais ativa ou sugerir técnicas que lhe proporcionam maior prazer. No entanto, muitos maridos sentiriam uma satisfação especial se a esposa desse os primeiros passos. A mulher precisa compreender que o homem também tem suas limitações e modos que, muitas vezes, bloqueiam as suas próprias iniciativas. Medo de magoar, medo de ofender, medo de ser julgado, e tantos outros motivos. A iniciativa da mulher seria uma prova de que ela o considera um homem desejável. Enquanto a mulher se recusar a ter uma atitude mais descontraída e ativa, o ato sexual como expressão do amor, estará longe de chegar a uma realização completa. 
                Depois de muitas tentativas fracassadas, com constantes negações e desculpas, o homem percebe que a mulher não o deseja. Nessa condição ele vai pouco a pouco se afastando. Para um homem pedir à esposa para fazer amor e muito constrangedor. O sentimento de amor ou de profunda amizade o impede de insistir em algo que ela não deseja. Quando um casal chega a este ponto, "forçar a barra" dá um profundo sentimento de culpa; é como se estivesse estuprando-a, pois ela estará fazendo algo que não deseja, mas, talvez, apenas para satisfazê-lo. 
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Nicéas Romeo Zanchett 


domingo, 13 de setembro de 2015

A NUDEZ NAS ARTES E NAS RELIGIÕES



Bronzino 



Rubens.
Desenho de Romeo Zanchett 


A ARTE É A LINGUAGEM UNIVERSAL DAS IMAGENS
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                  Muito se tem discutido sobre a nudez. Pode ser arte, protesto, publicidade e até informações religiosas. 
                  A nudez é linda, mas precisa ser criativa para não se tornar ruim com sua banalização na mídia, principalmente publicitária. O nu feminino é vendido como se fosse um produto de feira. Mas isto acontece porque a sensualidade está dentro de cada um de nós que somos escravos dos nossos hormônios. A verdade é que, mesmo as pessoas que a censuram, gostam tanto quanto os outros. 
                  As redes sociais estão cheias de fotos com homens e mulheres nuas e dão grande trabalho às administradoras que tem verdadeiros exércitos de sensores para bloquear contas que consideram certos conteúdos como inapropriados e em desacordo com as chamadas políticas de condutas. 
                  O nu artístico também foi muito explorado pela Igreja Cristã, principalmente na época do Renascimento. Praticamente todos conhecem alguma obra de pintores como Rubens, Miguel Ângelo, Botticelli, Corrégio, Ingres, Ticiano, Cranack -com Adão e Eva- , além de outros. Mas para quem pensa que naquela época não havia censura, é bom saber que muitas obras primas foram julgadas e destruídas. Quem não viu falar da Inquisição? 
                  Para Adão e Eva, tomar consciência da própria nudez foi um ato de punição. Ao dar uma "mordida no fruto proibido" eles logo sentiram vergonha, fraqueza e derrota diante de si próprios e de Deus, segundo a história bíblica.
                  Apesar da ligação estreita com a vergonha e fraqueza, não se pode dizer que essas sempre tenham sido as consequências dos corpos despidos. Ao longo da história humana, em diversos contextos, a nudez  do corpo também já expressou medo, orgulho e prazer. No épico "Odisseia", o grego Homero descreve o náufrago Ulisses em apuros diante do nu da princesa Nausícaa e, no final, gostou muito do que viu. 
                  Sigmund Freud, pai da psicanálise, em seu esforço para desvendar o inconsciente humano, disse que o sonho de estar nu em público é comum a todos os seres humanos. 
                  A verdade é que, em nossos dias, a nudez está em toda a parte. Ela é vista em novelas, no teatro, nos filmes, na publicidade, na literatura e na palheta dos artistas. Mesmo assim muitos artistas - atrizes e atores - se dizem constrangidos em tirar a roupa. Muitos até se arrependem amargamente por cenas de sexo que fizeram. Quando uma cena de sexo é mal feita fica pornográfica e quem está nu é muito mais exposto. Muitos artistas cênicos se reservam, por contrato, no direito de veto das cenas que considerarem inapropriadas, mas isto também é uma forma de censura. 
                  Na segunda metade do século XX a nudez aparece como forma de protesto social com os movimentos hippie e beatnik. Já nos anos 80, envolvendo pessoas nuas, surgem os protestos sociais de ONGs e entidades humanitárias.  Todos os anos, nos Estados Unidos e Europa, mais de 100 calendários beneficentes com pessoas nuas são lançados. Os motivos alegados são os mais diversos. Ajuda de desabrigados e menores carentes; combate ao câncer; proteção à fauna e à flora e aí por diante. Ficou bastante conhecida a foto de John Lennon e Yoko que, em campanha pelo vegetarianismo, apareceram nus na capa do disco. 


                 No início dos anos 90 um grupo de feministas americanas, lideradas por Andrea Dworkin e Catherine McKinnon, conseguiu aprovação de uma lei no estado de Indiana, banindo todo o tipo de material que mostrasse a sua alegada "subordinação gráfica e sexualmente explícita de mulheres, em palavras ou imagens".   A lei foi contestada na Suprema Corte americana, que a declarou inconstitucional, por ferir o direito básico de liberdade de expressão. 
                 A história da arte universal sempre foi pautada por polêmicas dessa natureza. Obras primas foram objeto de censura em diferentes épocas. Quando Miguel Ângelo estava finalizando as pinturas da capela Cistina, um dos assessores do papa Paulo III advertiu Sua Santidade de que as imagens do Juízo Final  eram mais adequadas a uma taverna do que a uma capela. Naturalmente o gênio Miguel, que era rebelde, recusou-se a modificá-las. Em 1558, véus e folhas de parreira foram acrescentados a elas. Recentemente essas indevidas intervenções foram retiradas por habilidosos restauradores e a originalidade do célebre artista finalmente venceu o preconceito. Também a Vênus de Milo, considerada o ideal de beleza feminina da antiga Grécia, foi "condenada" como imoral num tribunal alemão. Isto se deu em meados do século XIX. Absurdos como estes continuam acontecendo em nossos dias. É o caso recente do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi que mandou encobrir o seio de uma figura alegórica pintada por Giovani Battista Tieplo do século XVIII, que adornava sua sala. Acredito que já foi restaurada, ate porque o referido político é um falso moralista. 
                  Sempre que alguém quer censurar uma obra de nudez apela para o argumento de diferenciar o "nu artístico" do "nu vulgar". Evidentemente que esse argumento é um absurdo, pois nu é simplesmente nu e não há como diferenciá-lo.  A esse respeito assim se manifestou o famoso crítico inglês Kennet Clark: "Se um nu deixa de despertar no espectador um vestígio de sentimento erótico, por menor que seja, ele não é apenas arte ruim como falsa moral". Também a crítica americana Camile Paglia afirmou que a grande arte não se mistura apenas ao erotismo, mas, em certas ocasiões, também à pornografia. Isto acontece sempre que o artista tem a coragem de mostrar as forças extremas do Instinto e da sexualidade atuando por baixo das convenções sociais. 
                   Somos seres humanos, mas em nós habita o ser instintivo ancestral de todos os viventes da terra. 
                  
Nicéas Romeo Zanchett 

sábado, 12 de setembro de 2015

A TRAIÇÃO VIRTUAL



A internet mudou o comportamento sexual dos casais. 

         Entre as grandes transformações trazidas pelo mundo da internet, talvez as mais surpreendentes sejam as ocorridas no comportamento sexual dos casais. Seu uso já se tornou um dos assuntos inescapáveis da vida moderna. 
         A internet criou uma nova maneira de ser infiel. Com ela, ainda que momentaneamente, nos sentimos liberados dos freios que sempre nos limitaram entre os desejos inconfessáveis e a realidade sexual que vivemos no dia-a-dia. O acesso ilimitado de contatos com parceiros reais ou virtuais mexe com nossas fantasias e imaginação. 
         A  facilidade de acesso instantâneo a informações e contatos, praticamente sem limites, trouxe à tona uma torrente de desejos que, mesmo depois de décadas da revolução sexual, ainda causam muita surpresa. O conforto, o anonimato e a privacidade proporcionada pela internet são poderosas ferramentas de indução à quebra de barreiras. Diante do computador podemos ser quem quisermos e falarmos o que nos der vontade sem o risco de passarmos pelos costumeiros julgamentos que o contato frente à frente proporciona. A possibilidade de criarmos um personagem imaginário alimenta o sentimento erótico de qualquer um. Para paquerar pessoalmente é preciso decifrar muitos sinais, vencer a timidez e ainda se assegurar de que ninguém vai descobrir nada. No ciberespaço o contato é rápido, seguro e fácil. A paquera passa a ocorrer no quarto, no escritório ou na sala de casa. 
             Muitos vão para a internet apenas por curiosidade, em busca de informações sobra as diversas variantes sexuais criadas pelo homem e acabam descobrindo o mundo erótico virtual. Clicando de um link para outro vão encontrando parceiros com os mesmos desejos. Aí tudo começa a ficar difícil de controlar e logo os bate-papos  nas redes sociais vão se intensificando e criando intimidade que cada vez mais se parece real. 
             Para a maioria das pessoas é muito difícil dividir uma parte significativa da vida emocional com algum estranho, criando vínculos que exclua o marido ou a mulher. Mas esse costuma ser o primeiro passo para a traição virtual. O fato de se sentir fazendo algo errado é um indicador de que a pessoa se sente uma traidora. O sentimento de segredo é um grande afrodisíaco que alimenta a fantasia da sexualidade em quem está traindo. Embora nunca se toquem, as conversas diárias criam um clima de intimidade muito próximo do real. O clima vai se tornando cada vez mais sério e a pessoa se sente seduzida e desejada, coisa que muitas vezes não acontece na vida real. Quando as conversas se tornam regulares fica-se contando as horas para o novo encontro. É como uma adolescente que espera ansiosa pelo namorado naquele determinado horário. Se ele não vem o sentimento de frustração é o mesmo que ocorre quando o outro lado não está online. Falar que não há um contato direto e muito menos uma relação sexual é sempre uma boa desculpa. No entanto, para a pessoa que se sente traída, isto não justifica a troca de informações que muitas vezes são partes da intimidade do casal. A infidelidade, mesmo que seja branda como a virtual, sempre abre feridas no coração e cria desconfiança difícil de ser revertida. 
               Evidentemente que não é a internet que estraga os relacionamentos, mas ela ajuda potencializar o clima de suspeita e desconfiança que pode transformar um casamento num verdadeiro inferno. O efeitos sobre a vida do casal são imprevisíveis e podem tomar proporções gigantescas. Por isso é preciso ter muito cuidado. Às vezes uma simples brincadeira pode magoar profundamente a pessoa que realmente amamos. Quando o parceiro é ciumento e vê todo aquele movimento de sedução fica muito  magoado. Ao ler as mensagens carinhosas que seu parceiro recebe nas redes sociais, entra em verdadeiro pânico. Então começam as investigações que passam a ser uma tarefa diária como, por exemplo, ler todas as mensagens recebidas pelo parceiro. 
                As razões do crescimento desse tipo de vínculo entre adultos comprometidos têm a mesma matriz: o prazer de exercitar o poder de sedução e conquista; aspectos que compreensivamente desaparecem com o casamento. 

                É impossível saber com certeza quantos casos virtuais redundam em sexo real. Mas os estudos divulgados pela revista americana Psychology Today indicam que, nos Estados Unidos, 60% dos casos de relacionamentos virtuais contínuos acabam na cama. Talvez seja por essa razão que, mesmo inconscientemente, a maioria esconde essa relação do cônjuge. No fundo eles sabem que sempre há uma tensão sexual ocorrendo, cujo final é incerto. 
                 Um levantamento da Yankelovich Partners inc mostra que 60% das páginas visitadas na internet têm algum conteúdo sexual. A palavra sex é a mais pesquisada nos sites de busca de todo o mundo.
                 Se o casal tem um relacionamento sincero e gosta deste tipo de diversão o ideal é o compartilhamento da brincadeira. A senha é a chave de tudo e também deve ser partilhada. É como a senha da conta bancária de um casal maduro, que tem mútua confiança. Esta é uma forma de amenizar e até evitar conflitos. Tudo passa a ser uma brincadeira que desenvolvem juntos. 
                 Nos casos de separação, que hoje ocorrem com muito mais frequência, as mensagens virtuais como e-mails e mensagens de Messenger e outros são comuns serem apresentados como prova. Juridicamente este procedimento recebeu o nome de "quase adultério". Mas este tipo de informação só é admitido em juízo quando um dos envolvidos autoriza a violação do computador de casa. É o caso de quando se acessa o computador doméstico e descobre mensagens gravadas e sem nenhuma proteção de senha. Nesse caso a prova é válida, legal e aceita pela justiça. Entretanto, para configurar o adultério é necessário provar a conjunção carnal. A simples figura do "quase adultério" significa apenas que há uma situação amorosa envolvida, mas não é adultério. Hoje, em 90% das separações são apresentadas provas desse tipo ou semelhantes. 
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Nicéas Romeo Zanchett 


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

SEXO É ELIXIR DA JUVENTUDE

Brigitte Bardot 

Desenho de Romeo Zanchett 

A energia sexual é a energia da vida que alimenta nosso corpo e nossa alma.
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                 Não há a menor dúvida que sexo é o melhor remédio para prevenir e curar muitos dos males do corpo e da alma. 
                 Fazer amor regularmente renova os hormônios e traz felicidade. Este é o segredo da longevidade com manutenção da beleza. O ato sexual revitaliza o sistema endócrino, responsável pela produção dos hormônios. As pesquisas já provaram que as mulheres que tem relação sexual pelo menos uma vez por semana produzem mais estrógeno que as outras que não tem esta oportunidade. Além disso o sexo feito regularmente ajuda fortalecer o sistema imunológico, alivia a dor, regula os hormônios e aumenta a auto-estima. Portanto, é uma ótima terapia para os problemas psicológicos. Uma mulher sexualmente satisfeita vê o mundo de maneira diferente. O céu é mais azul, as estrelas brilham mais, a natureza é mais pura e as rosas são mais perfumadas. Além disso são menos agressivas, menos ansiosas, menos hostis. Ficam afetivas, maternais, confiantes, decididas e positivas. Com tantos benefícios terá maiores chances e tranquilidade suficiente para usufruir melhor das demais coisas boas da vida.  A mulher que não está sexualmente satisfeita mostra-se rancorosa, irritada e muitas chegam sentir revolta e até ódio contra os homens. Quando a mulher está sexualmente satisfeita tem o rosto brilhante de felicidade; o sorriso é mais aberto, a pele fica mais lisa,  macia e corada. No trato diário com as pessoas ela atrai e transpira simpatia. Com a prática constante os benefícios se intensificam. 
                  Pode-se facilmente observar que uma mulher com relacionamento constante sempre retarda o envelhecimento. Se a mulher não tiver um parceiro pode se auto-satisfazer masturbando-se. Muitas não gostam, até por questões religiosas, mas é melhor buscar o gozo de alguma forma que não o fazê-lo. 
                  O estrógeno é o hormônio responsável pelo bom andamento do sistema cardiovascular. Ele diminui o LDL (o chamado colesterol "ruim"); ajuda na hidratação da pele; evita e depressão, além de manter a densidade óssea. 
                   Os efeitos benéficos do sexo em nosso sistema endócrino ainda não são totalmente conhecidos, mas já se sabe que o simples cheiro secretado por algumas glândulas podem influir em nossa fisiologia. Está comprovado que sexo, sexo e sexo pode regularizar o ciclo menstrual. E não é necessário o ato sexual com um parceiro. É claro que o carinho, o aconchego, o toque de peles é o ideal, mas se você está sozinha, e certamente carente, satisfaça-se masturbando-se regularmente; cientificamente os efeitos são os mesmos. É importante que sempre reserve um tempo só para você; não tenha pressa que o mundo pode esperar e você não é insubstituível. 
                 Depois de praticar sexo, sozinha ou com parceiro, você se sentirá relaxada, aliviada das tensões do dia-a-dia e até de alguma dor emocional. É que o orgasmo ativa a endorfina no cérebro. Esta substância tem efeito semelhante ao da morfina e por isso acalma bloqueia a dor. O orgasmo é, portanto, um analgésico natural. 
                 Mulheres que mesmo com avanço da idade continuam sexualmente ativas tem menos chances de contrair infecções vaginais ou problemas urinários. Isto acontece graças à lubrificação natural que a relação sexual proporciona. Dez minutos de sexo queima mais calorias que dez minutos pedalando ou jogando tênis. Fazer sexo é como praticar aeróbica, mas com muito mais prazer. 
                 É bem verdade que nos dias atuais fazer sexo com alguém pode envolver sérios riscos à própria vida. Nos últimos trinta anos surgiram gravíssimas doenças sexuais que simplesmente matam. Até os anos 80 ao fazer sexo com alguém desconhecido podia-se contaminar com uma gonorreia, uma candidíase ou outra infecção que eram facilmente tratáveis. Eu vivi esta época e portanto vivi estes problemas. Hoje é muito arriscado  e você pode morrer. Portanto tome muito cuidado e mesmo no sexo oral sempre faça uso de preservativos. 
                 Me preocupo muito com os jovens que aí estão com os hormônios "fervilhando" e não tem um parceiro seguro para praticar sexo. O noticiário está cheio de informações sobre jovens que adquiriram doenças incuráveis, como a AIDS, por terem confiado no parceiro, namorado, amigo e por isso não fizeram uso de preservativos. Procure conhecer bem a pessoa que escolheu para parceiro sexual. Se você não confia é melhor masturbar-se do que correr risco de vida. 
Nicéas Romeo Zanchett 



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A CAMA É O PALCO DO AMOR


A cama potencializa o prazer do casal
               Nossos antepassados faziam amor em cima de um monte de folhas secas. Esse hábito era muito usado nos países frios. Outra solução utilizada nos congelantes quartos era cavar um buraco, encher de cinzas quentes. Imaginem como ficava o corpo dos amantes. O pior vinha depois, uma vez que o banho era no riacho frio.
                Os egípcios foram os primeiros a criar camas parecidas com as que hoje usamos. Era um estrado de madeira sobre quatro pés. Mas elas não eram utilizadas unicamente para descansar e fazer amor; serviam também para colocar defuntos nos funerais. 
                Para os romanos, elas serviam ainda para degustar deliciosas refeições com muitas frutas e vinho. Daí a origem dos famosos banquetes romanos, que eram oferecidos aos amigos e visitantes na própria cama. 
                Até o final do século XIV as camas eram enormes e nelas dormiam várias pessoas de ambos os sexos. Fala-se que haviam camas onde cabiam nada menos do que 50 pessoas. Isso não quer dizer que se tratava de uma suruba; tinham a finalidade única de descansar e dormir. 
                Foi no século XV que apareceram, pela primeira vez, os leitos individuais, mas mesmo assim com dimensões que podiam comportar toda a família. 
                 Com o passar do tempo as camas foram diminuindo de tamanho e ganharam novo "design". No Egito foram criados os modelos bem leves e elegantes. As armações geralmente representavam o corpo de um animal. A cama grega era simples e tradicional, enquanto a romana apresentava adornos de bronze, marfim e casco de tartaruga. 
                 Na Idade Média surgiu a cama da justiça. Tratava-se do leito do rei da França. Todas as manhãs, nobres, cortesões e príncipes, se reuniam em torno dela para assistir o despertar do rei (lever du roi). Cada um dos pucha-saco se posicionava em lugar estratégico, onde melhor pudesse acompanhar as espreguiçadas do poderoso. Os príncipes sentavam-se em banquinhos, os altos oficiais ficavam em pé e a plebe ajoelhada. Esse estranho ritual repetiu-se por vários séculos. 
                  Com as mudanças dos costumes sociais, a cama deixou de ser o centro das atenções e passou a ser usada com finalidades mais nobres, semelhantes às atuais. 
                   Finalmente, no século XX, se concretizou como peça-símbolo da intimidade. Em nossos dias atingiu seu apogeu com colchões de ar, de molas, de espumas, vibratórias e até aquáticas. Tornou-se o lugar preferido dos amantes, onde tudo acontece com o maior conforto e intimidade. 
                   Os amantes podem até de gostar das tradicionais transas dentro do carro, no lombo de um cavalo, na areia da praia deserta, encostados num poste ou até de baixo de uma árvore. Mas ninguém suporta estas aventuras por muito tempo e acaba sempre se rendendo à velha e boa cama macia e quentinha,
                    Nos últimos tempos a cama passou a ser o móvel preferido dos casais e uma das maiores preocupações dos noivos na hora de escolher o enxoval.  Surgiram tantos acessórios que a tornaram fonte extra de prazer. As camas com som, vibradores, dispositivos giratórios, luzes especiais e painéis embutidos deixaram de ser luxo apenas de motéis para fazer parte da vida diária de muitos casais.
Nicéas Romeo Zanchett